História
O dia 25 de abril ficou marcado por um levantamento militar, que num só dia derrubou o regime ditatorial, ficando conhecido como a "Revolução dos Cravos".
Antecedentes e causas do conflito
A revolução de abril ocorreu devido ao descontentamento da população em relação ao regime ditatorial, implantada em portugal após o golpe militar de 28 de Maio de 1926. O homem forte defensor deste regime era António Oliveira Salazar.
Este regime caracterizou-se por:
- restrições à liberdade, implementando a censura;
- criou a PIDE;
- não era autorizada a formação de outros partidos políticos;
- criação da Legião Portuguesa (organização militarizada que defendia o regime contra a "ameaça comunista");
- criação da Mocidade Portuguesa, onde teriam de comparecer todos os jovens entre os 7 e os 14 anos, que desenvolvessem o espírito socialista e de respeito ao Chefe.
O descontentamento da população
A Guerra Colonial
A Guerra Colonial desenrolou-se entre as colónias de Moçambique, Angola e Guiné, no período de 1961 a 1974. Estiveram no confronto as Forças Armadas Portuguesas e as forças organizadas pelos movimentos de libertação de cada uma destas colónias.
Pela parte portuguesa, a guerra era sustentada pelo princípio político da defesa daquilo que era considerado território nacional, pela parte dos movimentos de libertação, a guerra justificava-se pelo inalienável princípio de autodeterminação e independência. O Estado Novo manteve, com rigidez, o essencial da política colonial, fechando as portas a uma solução credível para o problema dos territórios.
A Revolução
A Revolução de 25 de abril de 1974, foi uma revolta bem estudada e elaborada.
Como já foi referido, o povo estava bastante descontente com o regime da época e queria reevindicar a sua liberdade. Tudo começou com reuniões secretas devido à opressão das forças policiais, unidas ao regime. A primeira reunião clandestina de soldados foi realizada em Bissau, em agosto de 1974.
Uma nova reunião, no Monte Sobral a 9 de setembro de 1973, dá origem ao Movimento das Forças Armadas e a 5 de março de 1974 é aprovado o primeiro documento do movimento, o chamado "Os militares, as forças armadas e a nação."
A 14 de março, os generais Spínola e Costa Gomes foram demitidos devido ao facto de terem colaborado na elaboração do livro "Portugal e o Futuro" que evidenciava o atraso de Portugal face aos outros países.
No dia 24 de março faz-se a última reunião clandestina em que se decide o derrube do Regime à força. No dia 24 de abril de 1974, os militares comandados por Otelo Saraiva, preparavam os últimos detalhes para o dia em que Portugal se tornaria livre. Instalaram secretamente um posto de comando em Lisboa.
Às 22:55h do dia 24 foi transmitida a canção "E Depois do Adeus", um dos sinais concebidos, desencadeando a 1ª fase do golpe de estado, na rádio. Esta canção não desencadeou qualquer tipo de suspeitas, pois tinha acabado de ganhar o Festival da Canção e era normal ser ouvida na rádio.
O segundo sinal foi dado às 00:20h do dia 25, quando se fez ouvir a música "Grândula Vila Morena" de Zeca Afonso, na Rádio Renascença, confirmando o início do movimento de abril.
O Terreiro do Paço foi ocupado logo de início, mais tarde Salgueiro Maia, moveu os seus militares para o Quartel do Carmo, onde estava Marcello Caetano, o chefe do governo, que logo se rendeu.
A Vitória
Apesar da revolução ter sido qualificada como "pacífica", resultou em 4 mortes e 45 feridos. No final, o povo decidiu sair à rua mostrar o seu apoio às causas das Forças Armadas: libertar o país da repressão a que se submeteve mais de 40 anos.